"Depois de amanhã vou esquecer um sonho"
Sinto a Morte lenta e descanso.
Olho para trás para qualquer coisa;
move-se tranquilamente pelo tempo
enquanto aguardo pelos sonhos
que tive e vou tendo
Depois de amanhã vou esquecer um sonho
numa sacudidela como areia da praia
Há tempos fingi ser quem serei.
cheguei atrasado e confuso
a um agora falseado
como quem não sabe onde deixou a vida
quiçá tenha caído da algibeira
e voado com a areia
Não vês que a dor está na metafísica, meu amor?
Vem comigo e salta até voares
apanha um cometa como o Principezinho
que eu lá estarei
ao lado do sonho
que não é só um
Os sonhos apressam-se e apanham cometas
indeciso, fiquei em terra
sem traço, sem rumo
Passaram-se tempos e eu sem sonho
que se agarre a mim com toda a força
Sem o eu que sou, esse perdeu-se
nas viagens que fez a outros lados
Saio de casa como quem sai da cama
com o medo de perder o conforto que
ganho por não ter sonho sequer
e de na vida não viver mas existir
talvez a tua beleza seja um sonho,
porém este não se escolhe,
mas encolhe
como quando saio à rua
segurando a minha própria trela
que me aperta o pescoço com os lábios
Anda de bicicleta puto!
não vês que era lindo que fosse assim para sempre?
Entrega o cabelo aos ventos do tempo
para que se apaixone por ti e amoleça.
A mim não deram tamanho conselho
mas insistes em estar a horas para o jantar,
a insistência no presságio da memória
De soslaio contemplo-me há algum tempo atrás
era como tu, pequenito
charmoso, vitorioso!
confiava ser assim para sempre,
pequenito, como tu
vivi a pensar no pequeno eu e esqueci-me
e a vida vai-me à frente
mas não hei-de ficar imóvel.
Lucas Madrugada
Olho para trás para qualquer coisa;
move-se tranquilamente pelo tempo
enquanto aguardo pelos sonhos
que tive e vou tendo
Depois de amanhã vou esquecer um sonho
numa sacudidela como areia da praia
Há tempos fingi ser quem serei.
cheguei atrasado e confuso
a um agora falseado
como quem não sabe onde deixou a vida
quiçá tenha caído da algibeira
e voado com a areia
Não vês que a dor está na metafísica, meu amor?
Vem comigo e salta até voares
apanha um cometa como o Principezinho
que eu lá estarei
ao lado do sonho
que não é só um
Os sonhos apressam-se e apanham cometas
indeciso, fiquei em terra
sem traço, sem rumo
Passaram-se tempos e eu sem sonho
que se agarre a mim com toda a força
Sem o eu que sou, esse perdeu-se
nas viagens que fez a outros lados
Saio de casa como quem sai da cama
com o medo de perder o conforto que
ganho por não ter sonho sequer
e de na vida não viver mas existir
talvez a tua beleza seja um sonho,
porém este não se escolhe,
mas encolhe
como quando saio à rua
segurando a minha própria trela
que me aperta o pescoço com os lábios
Anda de bicicleta puto!
não vês que era lindo que fosse assim para sempre?
Entrega o cabelo aos ventos do tempo
para que se apaixone por ti e amoleça.
A mim não deram tamanho conselho
mas insistes em estar a horas para o jantar,
a insistência no presságio da memória
De soslaio contemplo-me há algum tempo atrás
era como tu, pequenito
charmoso, vitorioso!
confiava ser assim para sempre,
pequenito, como tu
vivi a pensar no pequeno eu e esqueci-me
e a vida vai-me à frente
mas não hei-de ficar imóvel.
Lucas Madrugada
1 Comments:
Toma lá na mesma moeda, lol.
Poetas
Ai as almas dos poetas
não as entende ninguém;
São almas de violetas
que são poetas também.
Andam perdidas na vida
como as estrelas no mar;
sentem o vento gemer
ouvem as rosas chorar
Só quem embala no peito
dores amargas e secretas
é que em noites de luar
pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
que nunca arrastou ninguém
tenho alma para sentir
a dos poetas também.
Florbela Espanca - Poemas
(Vinha a lê-la no comboio. Sofredora...)
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